segunda-feira, outubro 20, 2008

Montanha Russa

Frustração, revolta...
o tempo que não volta
atrás...
ao tempo de paz...
Solidão... tormenta
que não apimenta
esta insossa vida...
a conhecida...
Calor, Prazer...
dar e receber
o que persigo,
um quente ombro amigo...
Extâse, Paixão...
um bónus de cifrão
elevado a que aspirar
e não desperdiçar...

domingo, outubro 19, 2008

Marca de Àgua

Hoje num diferente registo,
daquele em que persisto...
escapando ao sibilino apelo
que leva couro e cabelo
a um escuro e fundo,
sempre rotundo mundo...
Às estrelas vou roubar,
ao seu intenso brilhar,
outro brilho no olhar...
que não me faça desejar
ou pensar no teu,
aqui junto ao meu,
ambos sincronizados...
ora hipnotizados, ora fechados...
por ora só lembrados...
Quero à noite pedir
um diferente porvir
daquele em que, só,
agora estou... no pó
em que outrora, pisava...
parecendo agora lava...
onde derreto, crente...
À lua, mando que tente
um diferente presente
para esta alma descrente
na sua sorte, fortuna,
ou ocasião inoportuna
em que parece cair
por não te ver sorrir...
E... ainda assim...
não te afastas de mim...
do meu pensamento
e futuro sustento...
Para sempre impressa,
como prece posta à pressa
ao serviço dos serviçais
do amor, romance e tais...

quinta-feira, outubro 09, 2008

Same shit, different day...

Tudo no seu sítio certo...
a habitual perfeição roça...
todo enterrado na fossa
ou disso muito perto...
arranco o couro cabeludo,
quero partir tudo...
Olho para a minha mão
para a encontrar vazia...
no estômago, azia
na cabeça, perda de razão...
Para não falar da alma...
essa só com muita calma...
Novamente na merda...
Sem que consiga sair dela
esta cabeça demasiado lerda...
a pintar a mesma tela
de sempre... do costume,
a brincar, queimando-se no lume...

quarta-feira, outubro 08, 2008

Ícaro

Mais uma vez enfeitiçado...
outra vez aprisionado
por este absorvente sentir
que não me deixa dormir,
ou qualquer outra actividade
efectuar, nesta ou noutra cidade,
sem que o coração,
corpo, alma e razão
estejam em ti focados...
Como actores outrora iluminados
pelas luzes da ribalta,
desesperando pela sua falta
quando estas se apagam...
Por elas, o preço pagam...
embevecidos pela sua luz,
aí residindo a sua cruz...
Por demais crentes no seu brilho
para escolherem diferente trilho...
mas demasiado frágeis,
insuficientemente agéis
para as abandonar,
apesar da pele a queimar,
apesar da carne a rasgar...
O seu brilho continuam a amar...