sexta-feira, março 31, 2006

Fusão/Função

São dias de chuva, mas até podiam ser indefinidos. Com todo o estabelecimento do nada. Sair de um lugar quente, onde os cubos de gelo estão em nós. Por dentro de fora e cá fora adentro. Correr a uma velocidade estonteante que leva os membros a amar a dor horrenda. Com ossos a segurar a carne, a força de os largar simultaneamente exprime toda a banalidade do ser. Desintegrar a matéria. Peço aos deuses que me removam da existência limitada. Desejo pertencer a algo bem maior. Sublime. Dar oportunidade às células de escolherem entre os musgos ou nuvens, a água ou terra perfurada por cegos. Cantar de noite ou viver no silêncio dos crentes curados. Posso contar tudo o que o nada me diz. Rasgar os medos do insignificante, parecer desnecessária e serradura primária. Orgulho de assim ser.

1 Comments:

Blogger James said...

Estou a ficar com comichão, por já não escreveres à tanto tempo...

3:59 da tarde  

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